Parceria entre os pais fortalece vínculos e diminui a insegurança dos alunos no ambiente escolar. O estudante precisa de apoio e empatia.
Cobranças excessivas e sobrecarga nas atividades podem gerar danos significativos ao desenvolvimento do aluno no ambiente escolar. E esse é um tema delicado ao se tratar de crianças, já que a instabilidade pode gerar um misto de sentimentos: ansiedade, insegurança e até mesmo estresse. É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de expectativa ou receio excessivos e sejam parceiros da instituição de ensino.
O acolhimento é fundamental, já que essas inquietações podem ser desencadeadas pela percepção de vulnerabilidade ou incapacidade. “É importante que todos tenham em mente que o estudante precisa de apoio e empatia. Sentir-se em um ambiente seguro é o primeiro passo para que se desenvolva e sinta-se livre para interagir e aprender no ambiente escolar”, assegura Priscila Griner, diretora do Instituto Educacional Casa Escola.
Cada criança possui características e especificidades inerentes à sua própria personalidade. Em várias situações, as reações podem ser bem diferentes: alguns alunos podem esboçar comportamento arredio ou irritadiço; outros, mostrar-se angustiados e sem vontade de permanecer no ambiente escolar. Para lidar com toda essa dinâmica de emoções, o diálogo e o fortalecimento socioemocional são os caminhos. Conversar com a criança e o adolescente sobre suas inseguranças, temores e falta de confiança tende a ajudá-los a perceberem suas potencialidades. “Questões subjetivas de cada aluno precisam ser identificadas. Se a criança está bem, isso resulta em um bom aprendizado. O trabalho da escola é acolher, dar suporte, promover acompanhamento e proximidade. E o apoio dos pais é fundamental”, aponta Luciana Lopes, psicóloga da escola.
Adepta às práticas da “Escola Moderna”, o professor desafia o aluno no processo educativo. O método avaliativo, por exemplo, foge ao modelo único de provas. O aluno é cobrado, mas não há uma cobrança hostil referente ao aprendizado – isso evita a tensão excessiva e desnecessária que é geradora de frustração e ansiedade. Além disso, o estudante é acompanhado por um tutor a partir do Ensino Fundamental II, quando não há mais a presença do professor polivalente e sim de vários professores, um para cada disciplina. Nesse sentido, o tutor é mais próximo do aluno, auxilia no planejamento e organização das tarefas e, também, na condução de outros assuntos relacionados ao bem-estar do discente. “A tutoria é um momento que ajuda a aliviar as tensões do dia a dia, em que o professor tutor nos ajuda não só nas dificuldades das matérias, mas também nos nossos obstáculos em geral. O alívio é pelo fato de que sabemos que poderemos contar com essa pessoa”, afirma Rute Moura, aluna do 9° ano.
Se há uma forte resistência para não ir à sala de aula, os pais precisam verificar o que acontece, se é apenas uma questão de readequação da rotina ou se existe algum conflito externo. Nesse ponto, outra prática comum na escola que auxilia o aluno a ter abertura com os professores para resolver conflitos dentro da sala de aula é a chamada Reunião de Conselho. “O aluno precisa ter voz e saber usá-la”, diz Patrícia Cabral, mãe de Kalel (8° ano) e Gabriel Cabral (4° ano). Patrícia percebe o resultado dessa perspectiva no comportamento dos filhos: “Acredito que são as práticas cotidianas que previnem o estresse escolar, ajudam a promover o diálogo nas diferenças e tranquilizam os estudantes no momento em que eles reconhecem que há um espaço de fala, que são ouvidos. Percebo efeitos dessa prática nos meus filhos também fora da escola”, afirma.
Fonte: Tribuna do Norte →