Você certamente já ouviu um provérbio africano que diz que “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança” e, aqui na Casa Escola, esta compreensão é a essência da nossa missão de construir aprendizado em cada detalhe da vida. Defendemos que a educação não acontece apenas no ambiente escolar; ela é o resultado de uma parceria ativa entre a família, a escola e a sociedade, especialmente quando o desafio envolve temas considerados sensíveis.
O Projeto “Meu Corpo, Meu Corpinho” é um ótimo exemplo desta colaboração e do olhar atento para a necessidade de empoderar as nossas crianças. Nele, questões como o ciclo da vida, do nascimento à morte, compreensões sobre a sexualidade, os limites e o respeito ao corpo foram trabalhadas de forma cuidadosa com os nossos alunos dos Grupos 4 e 5, legitimando suas curiosidades e respeitando sua maturidade e vivências.
“Sabemos que muitas famílias, por razões culturais ou pelo peso dos tabus que ainda se impõem socialmente, encontram certa dificuldade para abordar determinados assuntos. Por isso, aqui na Casa Escola, oferecemos um espaço acolhedor com profissionais capacitados, com o envolvimento das famílias, para que cada criança se sinta confortável em explorar e entender o mundo ao seu redor, de forma adequada à sua idade”, explica a nossa diretora, Priscila Griner.
A abordagem estratégica desses temas parte da escuta ativa das falas das crianças. “É importante reconhecer que a infância não é só alegria e leveza; também existem situações de dificuldade. Por isso, é fundamental escutá-las para entender até onde elas conseguem compreender e expressar o que estão pensando e sentindo e abrir espaço para o diálogo”, reforça Priscila.
No Projeto “Meu Corpo, Meu Corpinho”, a escola utilizou diversos materiais de apoio, da literatura aos recursos audiovisuais, para abordar essas questões de maneira lúdica e adaptada ao universo infantil. Teve ainda o engajamento das próprias famílias, que participaram de rodas de conversa e contação de histórias, além de uma aula-passeio no Museu de Ciências Morfológicas, da UFRN.
De acordo com a coordenadora da Educação Infantil, Kalyne Dantas, o trabalho envolve planejamento multidisciplinar. “Nossa prática pedagógica é construída junto com as crianças, a partir do que elas já sabem, do que querem aprender e do que consideramos pertinente para o grupo. As professoras, a coordenação e as psicólogas participam de todo o processo e nos reunimos semanalmente para conversar sobre o andamento das atividades”, diz.
Já para a professora do G5, Jéssica Freire, o projeto rendeu diversos momentos especiais. “Um deles foi quando a mãe de Mateus, que está grávida, trouxe um aparelho para que as crianças pudessem ouvir os batimentos cardíacos do bebê. Foi uma experiência incrível e é um excelente exemplo de como a escola e as famílias podem atuar juntas na construção do conhecimento, tornando o aprendizado mais significativo”, destaca Jéssica.
#DicaDeLivro
O livro “Meu Corpo, Meu Corpinho!”, de Roseli Mendonça — inspiração para o título do nosso projeto —, busca ensinar as crianças sobre o corpo humano de maneira respeitosa e divertida, incentivando uma compreensão saudável da sexualidade e do respeito à própria corporeidade. É uma obra ideal para introduzir esses temas com uma abordagem lúdica e acessível, especialmente para crianças na Educação Infantil.
Com uma linguagem simples e envolvente, a autora utiliza ilustrações que ajudam a explicar conceitos fundamentais sobre o corpo de forma visual, tornando o aprendizado leve e adequado para os pequenos.
