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“Do fio que virou renda ao barro que rachou o chão”: explorando a essência da cultura nordestina

Ao refletir sobre como abordar poeticamente o tema anual, abrangendo todos os materiais e conceitos trabalhados em nossa escola em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), embarcamos em uma busca pela essência nordestina.

Nosso professor de Teatro, Denis, foi fundamental nessa jornada, a de encontrar um título que transmitisse a mensagem que desejávamos em nossos festejos juninos. “Ao explorar as músicas regionais, percebi que os elementos que compõem a cultura nordestina têm suas raízes na natureza”, revela.

O barro, o fio de algodão e a terra são referências que identificam nossa região e refletem nossa cultura de forma profunda. “Se queríamos trabalhar com recursos que compõem a cultura nordestina, precisávamos começar pelo mais básico: o algodão e o barro. Somos como o barro, e é para o barro que retornaremos”, acrescenta o professor. A partir de rabiscos de frases, essas palavras se transformaram em pequenos versos. Assim, surgiu o título “Do fio que virou renda ao barro que rachou o chão”.

Uma festa de significados

Todo o nosso empenho estava voltado para que as apresentações fossem muito além do ato de exibir uma coreografia. Cada exibição dos nossos alunos é uma exposição de toda uma jornada de estudos e aprendizados realizados com as turmas, como pudemos vivenciar em nossa festa junina. 

Um exemplo disso foi a apresentação do 1º ano matutino que dançou a música “Mulher Rendeira”, música composta por Lampião e interpretada pelo Trio Nordestino. Sim, Lampião foi o compositor da música. Que curioso, não?

Ah, e isso rendeu muitas observações na turma, já que este lado compositor do Rei do Cangaço não era conhecido. “Quem era Lampião? Ele era mal? Ele ajudava as pessoas que não tinham dinheiro? Mas ele machucava algumas pessoas ao invés de conversar… fazia ‘guerra’”, foram alguns dos comentários em sala. 

“Analisamos e interpretamos a letra da música e estudamos sobre Lampião, o compositor, e Maria Bonita. Descobrimos a importância desses personagens na cultura nordestina. Descobrimos que Lampião compôs a música em homenagem à sua avó, que era uma rendeira”, relata Kalyne, professora da turma..

Inclusive, um dos momentos emocionantes da festa foi a presença da “Vozinha Maria”. Rendeira desde os sete anos de idade, ela esteve mais uma vez na escola expondo seu trabalho tão intrínseco à sua vida e, mesmo que com os bilros na mão, estava curtindo a festa.  

Mais uma vez porque, no mês de maio, os alunos de toda a Casa Escola tiveram a oportunidade de receber as rendeiras da Vila de Ponta Negra. Assim, conheceram de perto este ofício e ouviram as histórias de vida de quem está por trás de todo o processo da renda, um dos símbolos de nossa cultura nordestina.

A mensagem de alerta quanto ao cuidado com o meio ambiente veio com o belo “Xote Ecológico”, do nosso saudoso Luiz Gonzaga, com a interpretação do 2º ano matutino. Afinal, ao trabalharmos com materiais naturais e explorarmos os conhecimentos ancestrais de nosso povo, fortalecemos nossa ligação com a Terra e reconhecemos que somos parte integrante dela.

Hábitos culturais e estruturas tradicionais também foram representados nas apresentações com as turmas do ensino fundamental, por meio das músicas “Festa do Interior”, “Numa Sala de Reboco”, “Sertão” e “Feira de Mangaio”.

Na educação infantil, o palco foi dividido com as mães que entraram no clima da festa, alegrando os espectadores com os clássicas do forró, “São João de Todos os Tempos”, de Mastruz com Leite, e “Alegrando o São João”, de Cristina Collares. 

Sigamos adiante, estimulando a conscientização ambiental, promovendo a preservação e celebrando a riqueza da cultura nordestina. Juntos, podemos construir um futuro mais sustentável e, ao mesmo tempo, honrar nossas raízes.

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